Universos de Bispo do Rosário e Vitória Basaia compartilham Galeria do Sesc a partir desta 4ª
“O Grande Veleiro” e “Arqueologia dos Meus Mares” terão visitação gratuita até o dia 28 de outubro
A possibilidade de criar a partir de qualquer matéria e a inerência de “vida” e “obra” unem duas expressivas personalidades da arte contemporânea brasileira em novas exposições. O sergipano, eternizado pelo misticismo de sua figura, Arthur Bispo do Rosário, e a anfitriã já mato-grossense, Vitória Basaia, dividem a Galeria do Sesc Arsenal, a partir das 19 horas, nesta quarta-feira (15).

Dois passeios arqueológicos por universos inquietos, em diferentes direções, explica Basaia. A pintora, gravurista, conceitualista e escultora foi a artista local convidada a interagir com a exposição em itinerância pelo país – diálogo este, evidenciado pela linguagem.
“Existe uma ligação que é a possibilidade de criar com qualquer matéria. Acredito que ele também tenha um pé no Manoel de Barros, porque brinca com uma ludicidade, mudando palavras e dando outros sentidos a um objeto”, afirma Basaia. “Fiquei muito satisfeita, pois tenho o Bispo como um dos maiores artistas brasileiros”, complementa.
“O Grande Veleiro” e Bispo do Rosário
Artur Bispo do Rosário, natural de Japaratuba (SE), é considerado um dos mais importantes artistas contemporâneos do Brasil, mesmo recusando o “rótulo”. Considerado louco por alguns e gênio por outros, sua produção durou 50 anos dentro da Colônia Juliano Moreira já foi apresentada em renomadas bienais e sua figura viabilizou discussões sobre arte e loucura, identidade e territórios.
O Grande Veleiro levará o público da exposição a vivenciar o universo do Bispo do Rosário por meio de uma mostra interativa e educativa de objetos que representam seu mundo em miniaturas. São colagens, instalações, tapeçarias, bordados, estandartes, com destaque para o “Manto da Apresentação”, um emaranhado de pequenos símbolos, crucifixos, ringue de box e nomes de mulheres.

Vitória Basaia é jornalista e artista plástica nascida no Rio de Janeiro, radicada em Mato Grosso, desde 1981. Entre temáticas variadas, a artista cria formas que evidenciam aspectos da poética feminina, realizadas a partir da materiais cotidianos e pigmentos naturais, reciclando e resinificando rejeitos como madeiras, latas e plásticos, desde 1985.
Sua casa, considerada um museu de suas obras, é uma grande instalação em constante mudanças que expressa tanto seus processos criativos, quanto seu modo de viver.

As exposições têm classificação livre e são abertas à visitação até o dia 28 de outubro. De terça a sábado, das 13h às 23h, e nos domingos e feriados, das 15h às 21h. Confira algumas peças que compõe a instalação de Basaia: